Diário de Guerrilha: 09/10/2003.
Puta temporal lá fora. Banners e outros adereços hoteleiros agitam-se com a ventania animal.

Mulher.
O ser perfeito. Um poço de contradições. Um enigma insolúvel. Fonte de carinho e proteção. Válvula de escape para os básicos instintos. Um competidor de peso num mercado de trabalho cada vez mais restrito. Uma quase-escrava que desempenha ad nauseam as tarefas da casa.
Há quem as defina como carros: algumas são instáveis, consomem muito, possuem air-bags e porta-malas consideráveis. Sem contar os (quase) inevitáveis pneuzinhos. Típica oratória machista, de quem as vê como um mero objeto de consumo (Apud Marta Suplicy).

Para outros tantos, a mãe opressora e castrativa, a avó que "estraga a criação", a professora chata de química.
As inesquecíveis primeiras: a menina do primeiro beijo, a primeira namorada, a primeira transa...e o primeiro fora.

Louras, ruivas, morenas, castanhas, tingidas, negras, orientais, malhadas, caucasianas, latinas, eslavas, bombadas, semitas, árabes, lésbicas, ninfomaníacas, masoquistas, frígidas, passivas, quentes, insinuantes, irresistíveis...

Tão fáceis de se agradar, e ao mesmo tempo, tão exigentes (afinal, o essencial é invisível aos olhos). Mas sempre imprevisíveis. Poderá lhe ocorrer de comprar todo o estoque da H. Stern de sua cidade, oferecer à sua amada e ela lhe atirar toda esta preciosa munição no meio da cara, aos gritos de "tá querendo me comprar, é ? e/ou "o que você aprontou, hein, me conta logo ! Comeu a mocréia da tua secretária ?" Coisas da vida.

Eva, Lillith, Helena, Cleópatra, Maria, Maria Madalena, Joana D´Arc, Catarina a Grande, Rainha Vitória, George Sand, Simone de Beauvoir, Valentina Tereshkova...Do Paraíso perdido (devido à uma tentadora e metafórica maçã) à primeira mulher a contemplar o planeta à bordo da Vostok 6 (Controle da Missão, "a Terra é uma gracinha..."). Entre a obviosidade de Gagárin, "a Terra é azul", e a espontaneadade de Tereshkova, eu prefiro a segunda...

Mulheres: Ame-as. Ou ame-as.
PS: No imaginário masculino, acreditamos que nós comemos. Na verdade, somos comidos.
Então, complementando,
Ame-as. Ou devoram-te...

Mais um post da minha fase pós-própolis. Até quando ela durará ?

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