Diário de Guerrilha: 01/12/2003. Frio de lascar: alguém desregulou o ar condicionado...
Sentí uma puta vontade de escrever poesia; o problema é que eu não sei.

Não sou Vladimir Maiyakowski.

Prosa Concretista

Não sei fazer poesia, embora seja poeta.
Me sinto mais à vontade na prosa: falo como escrevo,
penso um turbilhão de coisas ao mesmo tempo:
Situação mundial, aquela menina, contas pra pagar, uma música
Muitas palavras, em vários idiomas, que às vezes me confundem,
Às vezes me ajudam a traduzir exatamente meus complexos sentimentos
(Tão complexos que nem eu mesmo entendo)
Poesia concreta, de cimento, aço, vidro e asfalto: urbana e paranóica
Meu Sol é fluorescente, minha janela tem 14 polegadas,
Onde a paisagem muda ao sabor de milhões de bytes
Vampiro moderno, eternos óculos escuros
Estranho o dia, espero a noite
(Mas não deixo de caminhar na praia nem de olhar o mar)
Não sei mais escrever: só sei digitar;
Se me esqueço de um nome, um rosto, um fato,
Busco na memória virtual (é o stress)
Café, coca-cola e croissants
E mais uma noite se foi...
As minhas noites são os teus dias
Em qual noite nos perderemos em lençóis de seda ?

(Post dedicado à Krista - e todas as jovens poetisas da web)

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